Wlademir Dias-Pino, em fotos trabalhadas por Regina Pouchan: 8 décadas de irriquietude
Wlademir Dias-Pino, o poeta gráfico homenageado da exposição OBRANOME 2, da I BIP, completa 81 anos neste 24 de abril, no auge de sua energia criativa. Além de trabalhar diariamente e em fins de semana e feriados, na produção de sua poesia virtual (os Contrapoemas) e de sua Enciclopédia Visual que já ultrapassa 1.001 volumes, ele instiga os poetas com provocações típicas do criador revolucionário a quem o Nobel de Literatura Octávio Paz citou como um dos principais nomes da poesia visual mundial. “Vanguarda hoje é propor enigmas à tecnologia de ponta”, sugere o artista matogrossense.
Poderoso, WDP encontra tempo para também acompanhar a catalogação de sua obra pela poeta e artista gráfica carioca Regina Pouchain. O trabalho foi iniciado nos anos 90 e, segundo Regina, “ainda levará algum tempo para o acervo ser tratado e disponibilizado num site ao público interessado em artes gráficas e na pesquisa que o poeta vem fazendo, ao longo de sua vida, sobre a história e as lacunas existentes na imagem no mundo ocidental”.
De personalidade notoriamente retraída, Wlademir Dias-Pino ainda não confirmou presença na abertura da I BIP, em setembro. Mas brinda este blog de notícias da Bienal com um recado dirigido aos poetas, em que dá mostras de sua vitalidade intelectual e artística e de sua maestria.
“A grande questão que se coloca, a meu ver, aos poetas hoje, não é criar poesia e sim inventar formas de inscrições para enriquecimento cultural de seu povo. O que eu quero é fazer um poema que possua uma máquina específica para ser lido e não fazer um poema para uma máquina existente ler. Pois se fizer isto, estou subordinando o poema ao poderio dos donos dessas máquinas, estou alimentando estas máquinas servilmente. E o papel do poeta é justamente quebrar esse lado servil para com as máquinas”.
“Vanguarda hoje é propor enigmas à tecnologia de ponta. Antigamente, o homem mais importante de uma empresa era aquele que tinha a solução para todas as dificuldades da companhia. No mundo pós-moderno, o importante é o poeta que cria alimentando o computador que custou milhões e neste instante está parado num canto aguardando novos enigmas”.
Vida longa ao mestre Wlade!
Wlademir, nosso maior poeta gráfico-experimentário, merece as maiores homenagens póssíveis. Abraços.
Feliz iniciativa da I Bienal Internacional de Poesia, eleger como homenageado o poeta gráfico Wlademir Dias-Pino. Nunca compreendi muito bem, o motivo da ausência da Poesia Visual, em eventos institucionais de grande porte, como também, de forma semelhante, o silêncio que se fez durante tantos anos em torno desse grande poeta que é o Wlademir. Parabéns a toda a equipe, parabéns, Antonio Miranda.
Viva a Poesia Visual! Viva esse ilustre poeta Wlademir Dias-Pino! Parabéns aos idealizadores desse evento, pois afinal estamos na era da visualidade e não tem mais sentido, essa separação que tradicionalmente se faz entre imagem e poesia. Que essa BIP seja o início de muitas outras.
Um abraço em todos os envolvidos para o sucesso deste evento.